quarta-feira, 24 de novembro de 2010

História da águia

"A águia é a ave de maior longevidade. Chega a viver setenta anos. Mas para alcançar essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma serie e difícil decisão.

‭Com quarenta anos de vida, ela já está com as unhas compridas e flexíveis e não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva, apontando para o peito. As asas estão envelhecidas e pesadas em razão da grossura das penas. Voar torna-se muito difícil.

‭Só restam à águia duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher a um ninho próximo de um paredão. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico no paredão até conseguir fazer o bico cair. Depois disso , espera nascer um novo bico, como qual vai depois arrancar as unhas . Quando as novas unhas começam a nascer, a águia passa a arrancar as velhas penas. E só passados cinco meses a ave sai para seu famoso vôo de renovação e para viver mais trinta anos.

‭Em nossas vidas, muitas vezes também temos que nos resguardar por algum tempo para dar inicio a um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo vitorioso, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz".

Fábula da Vaca e do Precipício

Certa vez, um profeta e seu discípulo, estando em viagem, pediram pousada em uma das residências que encontraram ao longo do caminho.

Na hora do jantar, foi-lhes servido como alimentação apenas um copo de leite. Era a única coisa que o dono da casa tinha para oferecer, embora todos que ali moravam fossem pessoas saudáveis, tanto os pais como os filhos. A terra era boa, tinha bastante área para plantio, porém a família nada cultivava. Em toda a terra possuíam apenas uma vaca leiteira, de onde vinha o leite que sustentava toda a família.

Pela manhã, o profeta e o discípulo levantaram, agradeceram a hospedagem e continuaram a viagem. Um pouco adiante da casa, viram que a vaca pastava à beira de precipício.

O profeta, então, ordenou ao discípulo:

- Vá até ali e empurre a vaca para o penhasco.

O discípulo inicialmente relutou, mas como era obediente a seu mestre fez o que o profeta mandara e empurrou a vaca no precipício. A vaca morreu na queda e o discípulo ficou bastante consternado.

Alguns anos se passaram e o profeta e o discípulo voltaram novamente áquela região e novamente pediram pousada na mesma casa. Observaram, imediatamente, que alguma coisa havia mudado naquela família. Já se via plantações ao redor da casa, animais pastavam no terreno, todos se movimentavam e ocupavam-se com alguma tarefa.

Na hora do jantar, lhes foi servida uma comida excelente, preparada com os alimentos colhidos da própria terra, o que foi motivo de orgulho para todos. Pela manhã, o profeta e o discípulo despediram-se da família e continuaram viagem.

O profeta disse então ao discípulo:

- Se não tivessemos empurrado a vaca no precipício, essa família nunca poderia ter se desenvolvido, trabalhando e cultivando a terra que possuíam.

Essa parábola nos mostra que devemos expandir nossas habilidades para coisas novas. Só assim o grupo, pastoral, movimento ou nossas comunidades irão progredir. Mas nos ensina também que mudar hábitos e comportamentos às vezes requer sacrifícios e rompimentos dráticos com os padrões de trabalho que adotamos.


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Igreja sem preconceito

Quando Nordestinos se Transformam em Samaritanos

Carlos Moreira

No dicionário Michaelis, xenofobia é:
 aversão às pessoas e coisas estrangeiras. Falar de xenofobia é falar de discriminação, de juízo temerário, de sentimentos como prepotência, orgulho e superioridade racial, política, religiosa, sexual, intelectual ou cultural. Me daria mais prazer, citando Rousseau, escrever sobre a minha preferência em ser “...um homem de paradoxos que um homem de preconceitos”. Mas, a esta altura do campeonato, eu já aprendi que a vida é bela, e o mundo é mau...

Eu não sei quantos de vocês acompanhou o último “boom” do
 microblog Twitter que aconteceu no domingo dia 31 de outubro com mensagens ofensivas aos habitantes do Nordeste do Brasil. Os escárnios começaram por conta de se atribuir a vitória de Dilma Rousseff aos votos dos nordestinos. Ledo engano. Apesar de não ter votado nela, constato que a futura presidente ganharia mesmo não sendo computados os votos do Norte e do Nordeste.



O caso mais extremo, entretanto, me pareceu ser o da estudante de direito Mayara Petruso, de São Paulo, que escreveu em seu
 blog: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”. Como era de se esperar, imediatamente explodiu na net todo tipo de manifestação, tanto em defesa como contra o post. Ao final, o episódio apenas reacende o velho conflito regional que marca a cena sócio-histórica-cultural brasileira há décadas. Nada de novo...


Do ponto de vista do direito e da legalidade, e é bom que se diga, diversos segmentos estão fazendo protestos e entrando com representações no Ministério Público de Pernambuco e de outros Estados contra o triste episódio. Segundo o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, Mayara deve responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses).
 No Brasil, a Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 trata da questão do preconceito e da discriminação racial e a Lei nº 7.716, de 15 de janeiro de 1989, a qual foi modificada pela Lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997, alarga significativamente as questões interpretativas, apontando expressamente a discriminação e acrescendo os crimes resultantes de preconceito ou discriminação de etnia, religião ou procedência nacional.


Mayara, que provavelmente acompanhava o que estava acontecendo e, sabedora de que na internet tudo ganha “volume” e “intensidade” de forma assombrosamente rápida, ainda na madrugada da segunda-feira
 apagou os posts que continham essas informações e, logo em seguida, tornou seu perfil “privado” para que ninguém mais pudesse ver absolutamente nada em seu blog. Impossível me foi não lembrar de Einstein: “triste época essa que vivemos! É mais fácil desintegrar um átomo do que quebrar um preconceito”.

Diante do exposto, trago algo semelhante nas Escrituras;
 "Um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando caiu nas mãos de assaltantes. Estes lhe tiraram as roupas, espancaram-no e se foram, deixando-o quase morto. Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e disse-lhe: ‘Cuide dele. Quando voltar lhe pagarei todas as despesas que você tiver’. "Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? " "Aquele que teve misericórdia dele", respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: "Vá e faça o mesmo". Lc. 10:29-37.

Os Samaritanos eram um povo que, depois do cisma entre as 12 tribos, acabaram constituindo o Reino do Norte – Israel, cuja capital, por volta do século IX a.C. era Samaria. As disputas entre o Reino do Sul – Jerusalém e o Reino do Norte – Samaria – se estabeleceram por centenas de anos, chegando ao ponto d
os hebreus mais ortodoxos não considerarem os Samaritanos judeus, nem mesmo filhos de Israel, mas sim descendentes de estrangeiros. Assim, nos tempos do Galileu, os Samaritanos eram um povo isolado, distanciado de Jerusalém, das práticas da religião judaica, que havia criado seu próprio código sagrado, seus preceitos e seu templo.

Todas estas questões históricas, religiosas e culturais havia os tornado execráveis e, por conta disto, eles eram odiados pelos seus próprios compatriotas. Por isso, não raras vezes, vemos Jesus quebrando, como de costume, paradigmas existentes usando os Samaritanos como modelo de espiritualidade. O fato é que Jesus era contra todo preconceito, toda acepção de pessoa, todo julgamento presunçoso, toda discriminação, toda separação. E Ele sabia onde “pisava”, pois ali estava uma nação separada por “confrarias” religiosas, num mundo dividido em castas – ou seria melhor dizer carmas. Mas Sua mensagem sempre foi em favor das minorias, dos excluídos, dos caídos, dos esquecidos, dos sofridos, dos ardidos, dos deprimidos, dos expurgados, dos enxotados, dos que nada tinham.


Trouxe a passagem apenas para refrescar nossa mente cauterizada e viciada em interpretações de prateleira, em exegeses enlatadas. Sim, porque nela Jesus estabelece como modelo de espiritualidade um homem da escória em detrimento da elite espiritual, dos que possuíam pedigree, dos descendentes de Abraão, dos politicamente corretos, dos “teologicamente reformados”, dos “gospels”, dos “apóstolos”, “bispos” e “levitas da música”. Todos estes passaram ao largo e deixaram o moribundo entregue a própria sorte. Todos iam pelo mesmo caminho, mas apenas um deles caminhava de forma diferente. E sempre é assim, pois o caminho é um só, mas a maneira como se caminha é que faz toda a diferença. Uma coisa é conhecer o caminho, outra é caminhar por ele.

D
eus está atrás de gente, não de crente, está em busca de adoradores, não de cantores ou pregadores, está desejoso de encontrar corações quebrantados, não egos super-inflados. Quero lhe perguntar: Como se sentiria um travesti sentado no banco de sua “igreja”? Como se sentiria um casal de lésbicas assistindo a escola dominical em sua denominação? Como se sentiria uma garota de programa no culto da juventude de sua comunidade? Eles seriam aceitos? Eles seriam tratados com respeito? Eles teriam a oportunidade de ir e vir como os adúlteros, os sonegadores de impostos, os fofoqueiros e os avarentos?

Estamos mesmo prontos para receber os “perdidos” da Terra? Nossos encontros são acolhedores? Nossas “igrejas” estão com suas portas abertas para o diferente? Nossas casas podem receber gente que não se parece com a gente? O mundo quer respostas e nós dizemos que Jesus é a solução, mas nós não sabemos o que eles perguntam, por isso nossas respostas nada dizem, são retórica verborrágica sacralizada, e não amor encarnado no chão da vida.


Foi vergonhoso este episódio!  Fiquei triste de ver os meus conterrâneos Nordestinos tratados de forma xenofóbica como também um dia foram tratados os Samaritanos. Foi deplorável a posição de Mayara, ainda que eu ache que ela, no caminhar da existência, deva merecer a chance de se reposicionar e se arrepender. É triste ver que existe dentro de nosso país tanta segregação, tanto preconceito, tanta acepção, tanta anestesia de alma, tanta indulgência com a injustiça, tanta cumplicidade com a inverdade, tanta flexibilidade com a contradição, tanta hipocrisia, tanto desamor.
 O preconceito, no Brasil, é silencioso, disfarçado, travestido, hipócrita, dissimulado. Não é escancarado como em outras partes do mundo. Aqui ele é sutil, quase intelectual, por vezes recoberto de pensamentos político-filosóficos. Mas ele existe e está aí. É o preconceito contra os Negros, contra os Deficientes, contra os Toxicômanos, contra os ex-Presidiários, contra os Homossexuais, contra os Nordestinos, contra as Garotas de Programa...

Fiz questão de escrever todos estes grupos humanos com letra maiúscula porque é justamente assim que os vejo. Como gente maiúscula! Alguns fizeram escolhas e devem ser respeitados em suas opções. Eu, por outro lado, devo pregar sobre o amor, a graça, a misericórdia e o desejo de Deus de que, em Cristo, todo ser humano encontre o padrão para ser e existir. Mas isto tem de ser feito com amor, pois, sem ele, o que sobraria da mensagem do Evangelho? Por isso, por vezes penso se não é verdade a afirmação de William Haslitt quando diz:
 Quase toda a seita do cristianismo representa uma perversão da sua essência, com a finalidade de adaptá-lo aos preconceitos do mundo”. Você tem coragem de refletir sobre isto?...

Carlos Moreira é culpado pelo que escreve e réu do Genizah. Outros textos seus podem ser lidos em A Nova Cristandade


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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Durante seminário





 Alunos do sistema de internato do IBE - ano 19

Seminarista tem que saber cozinhar!!!


Dou graças a Deus por esse tempo em que me separei do mundo para ficar somente estudando Sua Palavra.
Essa oportunidade foi única e ficou gravada na minha mente e coração.
Muito foi aprendido sobre a Palavra de Deus.
Fazíamos também vários trabalhos em asilo, orfanato, vilas e igrejas.
Restou desse tempo o aprendizado e a saudade dos colegas.







domingo, 31 de outubro de 2010

Meu grande herói - Alexandre barnardino


Ferido lá no chão estava eu, esperando alguém vir me
socorrer, quem por mim passou não me ajudou mesmo
vendo eu a ponto de morrer.
...................................................................................
Me disseram que enquanto eu estava lá, um viajante de bondoso coração me vendo caído sobre aquele chão, se encheu de uma profunda compaixão, e olhou e chorou com amor me falou: "vai ficar tudo bem, olha só o pior já passou" me pos em seus braços curou minhas feridas, das garras da morte ele me arrancou, sua voz tão suave eu posso ouvir dizendo que ainda não era o fim, salvou minha vida e se foi, o meu grande herói..
...................................................................................
Refrão:

Meu grande heroi não
tinha cavalo branco, armadura reluzente
nem espada e nem escudo,
meu grande herói era humilde eu bem sei,
mas no céu ele era rei,
Dono exclusivo de tudo
meu grande herói mudou mesmo
a minha sorte, me arrancou das mãos da morte, e nem vi
o rosto dele, meu grande herói meu amigo mais fiel, me
salvou e foi pro céu, Jesus Cristo é o nome dele...

Me disseram que enquanto...



Só mesmo Jesus para nos socorrer quando estamos atribulados.
 
Miss. Rosy Aguirre


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Havia numa floresta um viçoso bambuzal. Ele destacava-se no meio da vegetação. Todos ficavam impressionados com o ar pomposo e galante do bambuzal, e em especial um certo bambu, emprestava ao ambiente. Os pássaros comentavam uns com os outros sobre sua beleza e elegância. As demais árvores invejavam as alturas a que chegavam seus caules, podendo assim ter uma visão privilegiada de toda aquela belíssima mata. Todos os dias passava por ali um sitiante à procura de plantas ornamentais, medicinais, ou mesmo alguns gravetos que lhe servissem como lenha.
Ele sabia da importância de cada habitante da floresta. Quando ele encontrava o que procurava ficava imensamente feliz, cantava e saía satisfeito, levando o que lhe interessava. O belo bambu acompanhava, a cada dia, as atitudes daquele sitiante. Ele dizia para si mesmo: "Como eu gostaria de ser usado! Eu tenho certeza de que seria muito útil para o sitiante. Como eu gostaria de ser usado!".
Um dia, aquele sitiante chegou bem pertinho do bambuzal e aquele bambu imediatamente se ajeitou e tratou de ficar bem bonito para ser visto e chamar a sua atenção. O sitiante olhou para o bambu, aproximou-se ainda mais e o bambu lhe disse: "Olha, como eu gostaria de ser usado pelo senhor. Eu seria a árvore mais feliz dessa floresta!". O sitiante pensou por um momento e depois foi até a sua mochila e voltou com um facão.
Quando o bambu viu o facão, perguntou assustado: "Pra que isso?". E o sitiante falou: "Você quer ser usado?". Ele respondeu: "Q-u-e-r-o!". Enquanto empunhava o facão com uma das mãos, com a outra ele sacudia o bambu para soltá-lo dos demais. O bambu reclamava: "Pare, pare, estou ficando tonto, minhas folhas estão caindo". E o sitiante disse: "Você quer ser usado?". Ele respondeu outra vez: "Q-u-e-r-o!". Ali mesmo aquele homem deu uma aparada na ponta do bambu, para tirar o excesso que não lhe serviria. E mais uma vez o bambu reclamou: "O Senhor não pode fazer isso. Não pode cortar aí. Assim não poderei olhar a mata lá de cima nessa posição privilegiada". E o sitiante mais uma vez lembrou: "Você quer ser usado?". "Q-u-e-r-o!".
Ele continuou cortando os galhos e limpando o tronco, tirando tudo aquilo que poderia atrapalhar o bambu no desempenho de sua futura missão. Ele tirou tudo o que era estorvo e inútil. E o bambu chorando disse: "O Senhor tirou tudo o que me fazia belo e atraente aos olhos de todos. Como eu gostava dos meus galhos e ramos." O sitiante tornou a perguntar: "Você quer ser usado?". "Q-u-e-r-o!".
Em seguida o sitiante começou a arrancá-lo do chão, cortando suas raízes. O sitiante já ia se preparando para sair, quando o bambu, indignado, lhe interrompeu, dizendo: "Mas, o que é isso?! O que o senhor vai fazer? Eu sempre morei aqui! Sempre vivi aqui! Aqui estão os meus amigos. Eu não quero sair daqui!". O sitiante perguntou: "Você quer ser usado?" Ele respondeu: "Sim! Eu quero ser usado."
Assim, saíram os dois, o sitiante carregando o bambu, seguindo pelas trilhas que levariam à casa. Dias depois podia-se ver aquele bambu lá no sítio daquele homem. Ele foi preparado e se transformou numa espécie de cano, um tubo condutor, e agora era usado para conduzir água da nascente até a caixa d'água. Agora, não era mais aquele bambu vaidoso, pomposo e que gostava de chamar a atenção e ser apreciado por todos na mata. Era um condutor de água. Uma importante função - condutor de limpeza, de alimento e de vida.
Essa é a Fábula do Bambu. Mas, que lições ou o que podemos aprender dela quando pensamos no clamor do mundo, no apelo de Deus em Isaías 6.8, na minha e na sua resposta a esse clamor e apelo? Quem é quem nessa fábula? O sitiante pode bem representar a figura de Deus, o Senhor que todos os dias passa em revista a sua criação e, andando no meio de seu povo, busca aqueles que de alguma forma podem ser usados pelas Suas mãos para abençoar o mundo.
A floresta pode ser comparada à igreja, lugar onde o Espírito Santo tem trabalhado, no sentido de buscar a pessoa certa para cada área de atuação no corpo de Cristo e, assim, capacitar e equipar os crentes com todos os dons necessários na igreja.
O Bambu somos nós, os crentes, que todos os dias no templo, nos cultos, na rua ou em casa estamos sempre a dizer: "Usa-me, Senhor!". O bambu é você que quando ouve uma mensagem missionária, responde em seu coração: "Usa-me, Senhor!". O bambu é você que quando ouve aquela música emocionada que fala da entrega total da vida na obra missionária, responde em lágrimas: "Usa-me, Senhor!" O bambu é você que quando atende ao apelo para consagração de sua vida para missões está dizendo: "Eu quero tanto ser usado!". O bambu é você que orando, cantando ou mesmo declarando em alto e bom som, afirma diante de Deus: "Usa-me, Senhor!".
Mas, quais são as implicações de ser usado pelo Senhor? O que deve acompanhar essa disposição e essa disponibilidade que afirmamos, quando falamos com Deus: "Usa-me, Senhor!"? Vamos ver nessa fábula...
1° - Estar pronto para experimentar a ação de Deus (Is. 6.1) - Estar pronto para ver Deus começar a fazer uma mudança radical em sua vida. Assim como aconteceu com o bambu da fábula, esse encontro com Deus, no contexto do desafio de assumir uma posição no Seu Reino e no trabalho missionário, pode ser o marco de uma mudança radical em sua vida.
No caso de Isaías o chamado aconteceu num momento de crise nacional - a morte do rei Uzias. Era também uma crise pessoal, pois esse rei era alguém próximo; acredita-se que era um parente, de quem ele e sua família dependiam e a quem amavam. Ele estava profundamente abalado pela realidade daquela morte e buscava conforto no templo, onde ele ouve o chamado de Deus.
Podemos experimentar, de forma quase literal, o Senhor nos sacudindo e mostrando a realidade do tempo presente, a urgência do cumprimento da missão e a necessidade de uma posição: "A quem enviarei e quem há de ir por nós?". Será que Deus tem procurado mostrar algo para você através de alguma coisa que tem abalado sua vida?
2° - Considerar a renúncia de algo importante em sua vida - No caso do bambu, ele foi cortado no seu orgulho. Para o sitiante era apenas uma aparada na ponta do bambu, para tirar o excesso que não lhe serviria. Mas, para o bambu, representava retirar aquilo que fazia dele alguém importante e que o destacava dentre os demais - de onde ele podia olhar os outros de cima para baixo.
No caso de Isaías, o toque do anjo de Deus em seus lábios ou mesmo esse encontro com Deus resultou na renúncia e na mudança do seu próprio estilo de pregação. Nos capítulos anteriores ele tinha uma postura agressiva e acusadora; ele afirma: "Ai dos que... Ai de vós...Ai de vós..." (3.11; 4;  5.8,11118).Mas, em 6.5 ele reconheceu: "Ai de mim!”. Isso mudou completamente sua pregação. Nos capítulos seguintes o encontramos introduzindo sua profecia declarando não mais "ai de vós", mas "Assim diz o Senhor..." (7.7).
O que você precisa renunciar em sua vida para ser usado por Deus?
3° - Disposição para viver uma vida de santidade e pureza (Is. 6.5-7) - O cumprimento da missão requer essa disposição. O instrumento de Deus para a salvação, assim como os instrumentos usados num procedimento cirúrgico, só serão eficientes e só poderão, de fato, operar a salvação de vidas se estiverem puros. O bambu passou por esse processo de limpeza - a limpeza dos galhos e folhas. O instrumento de Deus para a salvação deve ter uma vida limpa e deve estar sempre pronto para ser usado.
O que você precisa limpar ou retirar em sua vida para ser usado por Deus?
4° - Deixar para trás vínculos preciosos (Is. 6.8b) - Abrir mão de vínculos preciosos como família, igreja local, amigos, cidade e a pátria amada. Abraão saiu do meio de seu povo e de sua parentela para cumprir a sua missão, sem saber para onde ia, mas ele sabia com quem ia. O bambu finalmente se rendeu e se deixou levar, deixando para trás os seus vínculos. A decisão de Isaías também representava uma rendição total: "Eis-me aqui, envia-me a mim!". E você, qual a sua decisão?
Conclusão - Quando somos capazes de responder a esse chamado com essa disposição e disponibilidade podemos esperar e ver o milagre de missões acontecer. Podemos ver o que Deus pode fazer através de uma vida que se entrega totalmente em suas mãos para ser usada no trabalho do Senhor. O bambu da fábula se tornou um condutor de água. Da mesma forma. Deus pode tornar você um condutor de vida, pureza e salvação. Qual será a sua decisão?
Pr Cristiano Scuciatto

Matéria copiada do blog Genizah

Será que Deus habita o meu coração e o diabo o meio de minhas pernas?


Roberta Lima


Ser mulher, cristã, adulta e não casada é, no mínimo, complicado. Além da óbvia e costumeira cobrança da família, amigos e igreja para que você brevemente se case, bem como as inúmeras tentativas bem intencionadas (será mesmo? Risos) de te encontrarem o par perfeito, a pessoa ideal, a sua outra metade da laranja, a tampa da sua panela ou a costela perdida - em bom evangeliquês - há também a questão pessoal: 

Como ser solteira, cristã, adulta e santa? Entendendo “santa” como “casta” para a situação que por hora abordamos. Será possível mesmo andar em santidade-castidade quando se é um adulto cristão? Como é que se namora? 

Muitos já tiveram suas experiências e afirmam que, depois que você começa, fica difícil parar e como já ouvi certa vez, para que se guardar quando não se é mais virgem mesmo? Há também o argumento de que é impossível se conter, é a natureza, são os impulsos. Totalmente compreensível, pois é difícil não ceder a um impulso que detona tanto prazer e satisfação para nosso corpo. Mas creio que a questão não está no impulso em si, mas sim no fato de que não queremos conte-lo, pois é um impulso que nos premia com sensações maravilhosas e intensas e hoje com as várias formas de prevenção e contracepção, as consequências não são, de forma geral, danosas, mas sim prazerosas.

Tratar desse assunto no contexto cristão ainda é difícil. Há o problema da cultura religiosa que trata pecados sexuais como pecados “piores” do que outros. Mesmo que pareçam imperdoáveis no ambiente eclesiástico, os pecados sexuais são pecados e ponto, nem maiores e nem piores do que qualquer outro. Afirmações de que a pessoa esteja sob a influência de um espírito maligno ou enumerar um número sem fim de maldições também não é o caminho mais viável para abordar o assunto, pois a maior parte dos casos refere-se simplesmente a algo físico e orgânico, ou seja, próprio da natureza humana saudável. Alegar também que se o casal de namorados não se guardar será afetado pelo resto de seus dias em seu casamento é cruel, reducionista e ouso dizer que inverídico. 

Em meus anos de caminhada cristã tenho visto casais que não se tocaram, que oraram por meses e até anos, se casaram e vivenciaram um retumbante fracasso. Conheci outros que se arriscaram na mesma prática e deram certo. Em contrapartida há aqueles que não conseguiram segurar a onda, não se guardaram e vivem muito bem casados até hoje, e outros não. Conheço pessoas que fizeram a antiga corte, conheço os que oraram, conheço os que não oraram, conheço os que esperaram até o dia “D”, conheço os que não esperaram pelo dia “D” e o que posso afirmar de tudo que vi? 

Afirmo o óbvio: não há uma regra fixa, uma lei definida. Estamos falando de relacionamentos e não de uma regra básica de matemática simples, pois sabemos que nessa conta 1+1 não é necessariamente igual a 2.

Não pretendo espiritualizar ou desespiritualizar essa questão tão polêmica e delicada em nosso meio. Como mulheres podemos vivenciar várias situações: fazer sexo achando que é amor e para sempre, fazer sexo com um amigo por achar que será menos complicado, fazer sexo por simples atração e sem encanação e nos sentirmos péssimas depois, podemos escolher não fazer sexo e esperar o casamento e acabar decidindo não casar, podemos fazer sexo solitário e até mesmo sexo virtual, podemos pensar em nunca mais pensar em fazer sexo, fazer sexo antes de nos converter, fazer sexo depois de nos converter e mais importante do que tudo o que podemos fazer ou deixar de fazer em relação ao sexo, é o fato de que podemos nos ARREPENDER por praticá-lo de uma forma que não glorifica ao PAI. 

Sim, creio que em meio a tanta erotização, deturpação e banalização do sexo, em meio a tanta cobrança para praticá-lo ou não praticá-lo [você só precisa escolher por quem quer ser linchado – pelo “mundo” ou pela “igreja”], em meio a tanto falatório sobre o assunto, o que me interessa mesmo é o que o PAI pensa sobre isso e noto que a Bíblia bate forte em relação as perversões sexuais e estipula um modelo seguro para a prática do mesmo – o qual comumente chamamos de casamento.

Friso que, naquela época, o casamento não se fazia no cartório e nem na igreja. Ao contrário do que muitos hoje imaginam, não é um juiz de paz ou um clérigo que me fará ser casada e creio que o ser casado é o que justamente me dá legitimidade para a prática de um sexo puro e santo. Não desmereço o casamento no cartório ou pela igreja, são ritos válidos e lindos, mas não se engane, há pessoas que por esses ritos passaram e depois de anos juntas ainda não se sabem casadas. 

Será o sexo entre eles santo e puro? E quanto aos maridos que forçam suas mulheres? E quanto as mulheres que se entregam aos seus maridos não pelo simples prazer da entrega, mas porque querem aquele agradinho a mais e sabem que isso se consegue na cama? Não seria também praticar o sexo de forma pervertida ainda que legalizada pelo casamento? Onde há legalidade há também legitimidade?

Não tenho a pretensão de ser baluarte da santidade e pureza sexual de ninguém, pois tanto casados como solteiros têm suas pressões e a diretriz do PAI é única a todos: não pequem, fujam das tentações, sejam santos como eu sou santo.

A que conclusões se pode chegar?

Sinceramente, não sou eu quem te direi. Creio num caminhar pessoal e individual com o PAI e aquilo que pode ser tranquilo e normal para você pode provocar no próximo um desmoronamento moral e um degringolar de sua santidade sexual.

Creio sim, ser possível vivermos uma sexualidade santa, sadia e plena. E, como em todas as coisas, precisamos da companhia de Cristo a nos guiar, instruir e guardar até mesmo de nós mesmos, de nossos desejos que podem até ser lícitos, mas não nos convir.

Equilíbrio, moderação, consciência do evangelho, humildade e intimidade com o PAI são alguns elementos de uma fórmula que só você pode manipular e dosar para o seu bem estar sexual, seja como solteiro, namorado, noivo ou casado.

Finalizo com um pensamento de Jonathan Edwards: “a maioria dos cristãos vive como se Deus habitasse seu coração e o diabo o meio de suas pernas”.

Sabemos que Deus nos habita por inteiro, não tenhamos medo de nossa sexualidade, não nos assombremos com essa dimensão de nossa existência, aprendamos que em nossa vida sexual como em todas as demais áreas de nossa vida: DEPENDÊNCIA DE DEUS será sempre a melhor escolha.



Roberta Lima é a organizadora do blog Meninas do Reino, de umas meninas lindas (Andrea, Carla e Si) que são parceiras e colaboradoras do Genizah


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